Retiro Quaresmal – Semanas I e II

Tendo iniciado o tempo quaresmal com a solenidade de cinzas na última quarta-feira, 06/02/2019, daremos sequência em nosso caminhar rumo à celebração da Páscoa do Senhor, com um aprofundamento para nossa fé, através das meditações propostas para cada dia da semana, na forma própria de um retiro quaresmal.

Abaixo você poderá baixar o arquivo com as meditações de cada dia para as primeiras duas semanas da quaresma, período de 11 a 22/03/2019.

Convido a cada um de vocês, a se permitirem fazer essa experiência única e de grande ascese para nossa caminhada enquanto discípulos e discípulas de Jesus Cristo, através do comprometimento diário com a meditação, contemplação e oração.

Faço votos de que o Espírito Santo de Deus nos conduza e nos inspire em todos os momentos deste caminhar, de forma que possamos não só bem viver este tempo propício à nossa conversão, bem como contemplarmos o mistério mais profundo de nossa fé.

Uma santa e abençoada quaresma para todos!

Pe. Ulysses Trópia

VIDA NATURAL DO SER HUMANO




 

O homem é um ser complexo: “corpo, alma e espírito” (I Ts. 5,23)
Estes se unem para formar um único ser, uma natureza, pessoa;
Elo de ligação entre os espíritos e corpos;
Este pequeno mundo é pleno de vida:
Gregório Magno: Homem possui a vida vegetativa, animal e intelectual: Vida vegetativa: o ser humano nutre, cresce e reproduz (biologia)
Vida animal: conhece os objetos sensíveis e a eles se inclina em razão do apetite sensitivo, com suas emoções e paixões, e move-se com movimentos espontâneos (Psicológica);
Como anjo embora em grau inferior e de modo diferente conhece intelectualmente o ser suprassensível (Deus) e a verdade enquanto sua vontade se inclina livremente para o bem racional (Espiritual).
As três vidas se interpenetram, coordenam-se e SUBORDINAM-SE, para concorrer para um mesmo fim que é a perfeição do ser humano.
Não é possível conservar e desenvolver a vida sem coordenar, subordinar seus diversos elementos ao elemento principal subjugando-os para deles se servir.
POR ISSO, NO SER HUMANO, AS FACULDADES INFERIORES, VEGETATIVAS E SENSITIVAS DEVERÃO SER SUBMETIDAS À RAZÃO E À VONTADE.
Quando cessa a subordinação, inicia a dissociação dos elementos, o enfraquecimento do sistema e, por fim, a morte.
(o ser humano é um diferencial na ordem da natureza, não deve agir como animal, pois o que caracteriza o ser humano em sua superioridade é sua capacidade de pensar e de intelecto).
A vida é uma luta (no grego Agonia – luta). Nossas faculdades inferiores inclinam-se para o prazer enquanto que a superior tende para o bem honesto (aqui é um critério de valor). Existe muitas vezes conflito entre o prazer e o bem honesto.
O que nos agrada, o que é útil ou ao menos parece ser, nem sempre é moralmente bom. E, por isso, a razão para impor a ordem reprima as tendências contrárias e possam vencê-las. Trata-se da luta do espírito contra a carne, da vontade contra a paixão.
A vontade, ajudada pela inteligência, exerce sobre estes movimentos passionais um quádruplo poder:
Poder de previdência: prever e prevenir com constante vigilância, das imaginações, impressões e emoções perigosas;
Poder de inibição ou moderação: em que detemos ou moderamos movimentos violentos que se erguem em nossa alma (quase tirania dos sentidos e desejos), impedindo que os olhos se fixem em algum objeto perigoso, que a imaginação mantenha imagens lascivas ou manter um movimento repentino de cólera;
Poder de estimulação: que incita ou intensifica por meio da vontade movimentos passionais;
Poder de direção: que permite direcionar esses movimentos para o bem e, assim, afastar-se do mal.
Pode-se também existir uma luta entre a alma e seu Criador: A razão mostra que devemos submeter totalmente àquele que é nosso Soberano Senhor, mas isto custa muito para nós, pois ansiamos independência e autonomia que nos inclina a não aceitar a vontade divina (veremos Jeremias). Trata-se de orgulho que só pode ser vencida pela humildade e reconhecimento de nossa indignidade e impotência.
Jeremias: O ser humano quer independência e autonomia recusando aceitar a vontade divina e cria um “deus” que justifica a sua escolha sem o “Deus”.
2, 7-8;
2, 11-13;
2,20-29;
2,31-36;
3, 20-22;
4, 18;
4,22;
5,3;
5,7-9;
5, 11-13. 18-19. 21-22. 25-29. 31. Etc.
Pe. Ulysses Trópia

O Tempo do Advento

No Advento, toda a Igreja vive a sua grande esperança. Nesta semana, véspera do Terceiro Domingo, nos colocamos na perspectiva alegre de fazer o memorial da alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna, a esperança de Israel, mas  já realizada em Cristo: a vinda gloriosa do Senhor.

O Advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. Começa na noite do sábado, véspera do 1.º domingo, e vai até o dia 24 de dezembro. É tempo de esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor. Tempo precioso para recordar o mistério da salvação e reavivar os valores cristãos. Neste tempo, fazemos memória da manifestação do Senhor Jesus em sua encarnação e em nossa história, enquanto aguardamos a sua nova vinda.

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